terça-feira, 20 de julho de 2010

Gelo Azul

'[Meus pensamentos afloram com mais facilidade quando ando pela rua, principalmente em dias assim].
Desceu lenta pelas escadarias do prédio, pouca roupa, ao fechar a porta do edifício se suspendeu com uma mão só, pode sentir então o frio que invadiu o peito; e pensou que deveria ter se agasalhado, para poder se proteger do que ela sentiria com o tempo, mas não adiantaria, ela sentiria igual, apenas com um pouco mais de aconchego, o mesmo calor de outrora, o frio um pouco mais amenizado.
Então andou. Uma garoa fina em sua face, o vento pelos seus cabelos levemente úmidos, olhou o céu...[É como se eu fosse encontrá-la ao dobrar a esquina]!

[É como um caminhar junto, em cidades diferentes].

Paralelo! Clipe! Alguém do meu lado!

As calçadas, os paralelepípedos, as pessoas

É como estar a procura ou ao encontro?

Era como se o clima sentisse, fizesse sentir;

e simplesmente as ideias se fazem em sentimentos, e os sentimentos em ideias que as palavras do meu vocabulário conseguem expressar.

Vai andando, seguindo; feliz por ir seguindo, os riscos, os risos, os passos, os deveres.

Felicidade de sentir, de perceber; mas ser só eu, e talvez por ser só, me torno mais compreensiva, verdadeira, comigo mesma.

Digo que todos os gestos, cores, folhas, cheiros me revelam e acrescentam em mim a doçura do inexplicável.

[Imutável]

Uma falta, misturada com seguir e sentir, imaginar, sorrir e fechar os olhos, por lembrar que ali naquela esquina que eu te encontrei.

[esquinas parecem que não acabam].

Abriu a porta do prédio devagar, subiu rápido as escadas, e conferiu o número da porta, pra ver se não havia errado de apartamento, de cheiro, talvez de casa.

Entrou e percebeu estar, onde realmente se está todos os dias, em casa, no seu lugar'.

(C.M.P)

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