sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

me ensina

'me diz como decorar tuas ruas, para chegar até tua casa?'

domingo, 30 de janeiro de 2011

vestido preto e noite

'vou ser quem vaga sem andar por entre a noite e quem olha por trás dos olhos durante o dia. Ninguém mais saberás de mim, nem o que sou, nem o que eu fui; já não conto nada do meu agora'. (C.M.P)

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Abeia

'a abeia que faz o mer sereia, o doce da tua teia'.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Seda branca

'Não mais que muito, mergulhar na tua poesia; quando enlaçada nos lençóis;
que eram tua roupa de festa.
Venhas também, enlaçar nas minhas pernas tuas suaves andanças, banhadas em veludo;já antes fatigadas, agora à minha espera.' (C.M.P)

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O trem expresso de nome Implícito saíu as seis!

'Expressivos, expressai o altivo dos teus olhos'. (C.M.P)

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Copo

'Pulou as poças d'água, que refletiam mais céu do que as folhas nas copas das árvores. Estava tudo assim meio dezimado. Era quase verão e o invendo ia dando tchau, assim olhando pra trás de vez em quando, como uma lembrança, como uma brisa gelada que vem as vezes antecedendo o verão com intuíto de fazer o sol lembrar do frio, lembrar que ele existe e esteve por alí a algumas horas/meses atrás, antes de sumir pelas estradas e não mais ficar acenando enquanto olhava pra trás.
Então...Ele!
Pulou as poças e se lembrou criança.
Pulou as poças e se lembrou adolescente; pressas, causas, revoltas.
Pulou as poças e se lembrou velho; a poça um descuido, o pé e a poça sem querer, foi culpa dos olhos miopes e gastos pelo tempo, culpa talvez de um esquecimento.
Naquela rua apesar de tantos anos ainda havia aquele buraço cheio de água, que molhava o Filla botinha, o All Star vermelho, a Sapato preto, e as meias também até o tornozelo.
Molhava tudo e todos. - Ninguém escapava da armadilha traiçoeira que se abria no vão daquela rua; e molhava.
Só não molhava a poesia, poesia que vinha logo após que o pé submergia daquela poça e tomava o seu rumo. Não, esta não, esta vinha com força de erupção, encantava e tomava conta das mentes distraídas que por descuido esqueciam-se o pé naquela poça de água gelada por alguns segundos.
Muitos seguiam o seu caminho como se nada tivesse acontecido, outros tiravam folhas de caderno e caneta de suas bolsas e pastas e escreviam ali mesmo, qualquer coisa o que viesse a mente. E era sempre aquela poesia doce, forte, triste que vinha submergindo junto com o pé, junto com a mente, numa erupção.
E assim, escreviam o que pensavam! E guardavam os seus papéis no bolço, e jogavam pelas ruas, e trocavam-se de poesia e dançavam todos juntos quando chovia e a poça se enchia cada vez mais.
De água, de alegria!P-O-E-S-I-A!'

(C.M.P)

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O sal

'Num bar, música no telão, sentado na mesa com o copo de cerveja ao seu lado, ele olhou para os granulos de sal fixos sobre a batata frita que ele girava sobre o palito. Quem o visse de longe iria dizer que ele não teria mais do que dez anos, e que o fato de girar a batata sobre o palito a fim de contemplá-la o tornava tão infantil naquele momento; mas ao contrário disso ele apenas observava como o sal se aderia a batata ou a batata se aderia ao sal e desafiava a física enquato a rodeava sobre o pequeno palito, enquanto devaneava sobre o porquê dele estar pensando e lembrando de alguém tão conhecido e já desconhecido pelo tempo que os distanciava. Então se perguntou, Por que todos os dias? todos os dias me lembrar de ti! E foi este, justamente este o fato que o intrigou, ser todos os dias...Se na cabeça dele ja não tinha mais motivos para ser assim, nem mandava cartas, nem alô, nem oi algum; outrora os outdoors da cidade antes amigos faziam-no esquecer. Então sem resposta, surpirou, tomou o último gole da sua bebida amarga e sumiu.'

(C.M.P)